quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Criminoso.

Numa escola deste país aconteceu hoje algo que me chocou. Não é que uma pessoa não espere já que isto não aconteça, todos sabemos que sim, mas custa na mesma.
Uma criança considerada desfavorecida, de 9 anos, surdo, com pais que não se importam e que não aparecem na escola seja porque razão for, deve ser uma prioridade. Se a consideram uma situação de risco logo à partida como podem ser tão negligentes?
Pois que querem que o miúdo marque sozinho as suas senhas para o almoço. Como sabem que ele não o vai fazer há uma pessoa que fica responsável de o ajudar a marcar as senhas. Não é preciso muito, ele tem escalão A portanto não paga, é mesmo só uma questão de ir lá com ele e marcá-las. Aqui esta a primeira coisa que não entendo, se ele tem escalão A e não paga e sabem que aquela é de certeza a única verdadeira refeição que vai ter porque é que não existe uma forma de contornarem o sistema e lhas marcarem logo para o ano todo? Dizem que não é possível, ok mas então ajudem-no a fazer isso. Mas deram-lhe um cartão e como qualquer miúdo da idade dele ele perdeu-o. Acusaram logo os pais de terem ficado com ele, porque até é uma coisa que lhes faz muita falta mas pronto.
Ameaçam-no que se ele não levar o cartão mais os 0,30 cêntimos de multa não vai ter almoço. O miúdo lá trouxe o cartão mas como é óbvio os pais não lhe deram o dinheiro. Qual é a decisão que tomam? Não lhe dar almoço. 
Por 0,30€ uma criança vê negada o almoço. Tudo porque algumas pessoas acham que regras são regras e que as pessoas têm que aprender seja de que forma for. Queriam castigar os pais. Os pais? Era o miúdo que ia passar fome. 
Entretanto algumas funcionárias disseram que não se importavam de pagar os 0,30€ mas que tinham medo de ao fazê-lo estarem a passar por cima das ordens e portanto não o fizeram. 
Estava combinado que o menino não ia passar fome por às 14h30 quando o bar abrisse iam lá comprar-lhe uma sandes e um leite. Mas isso é mais caro que a porcaria da multa por não ter marcado a senha a tempo!
Uma vergonha. Ás tantas alguém achou que pelo menos uma sopa podiam-lhe dar, sobra sempre sopa nas escolas. O menino lá comeu uma sopa e um pão que um amigo dispensou do seu almoço e ficou então à espera da tal sandes e do leite. Tudo em prol das burocracias deste país.

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