segunda-feira, 16 de maio de 2011

o lado da razão

Ontem cheguei à praia e escolhi o sitio para me estacionar, como não me apetecia andar ali às voltas fiquei logo ali entre um casal de "amigos" ou coisa assim e um pai e filha que passavam bem por namorados até chegar a mãe e eu perceber que afinal não. Estendi-me e chega uma família de 4, o papa e o filho chegam e piram-se pelo que a mãe e a filha não têm mais nada e deitam-se aos meus pés literalmente o que me fez a mim que já lá estava, chegar-me mais para a esquerda não fosse eu esticar uma perna e pimba acertar na cabeça da senhora e pronto não me apetecia porque pensando que não é coisa para maçar.

Passado um bocado vem um fofo de um labrador, de trela com a dona, molhar as patinhas à água... a mim não me fez diferença assim como assim a praia ainda não levou a sua limpeza para o inicio da época balnear que é só para o próximo mês e também não andava ninguém dentro de água porque vá ainda não ligaram o esquentador pelo que está geladíssimo... Por isso, passado um bocado o cãozinho veio nadar porque ao contrário de nós pessoas veraneantes que estão bem é de papo para o ar feitos lambões o cão queria ser saudável e nadar!

É então que uma senhora idosa que estava debaixo de um chapéu gigante se levanta e vai ralhar com o dono do cão por este estar dentro de água, realmente há uma placa que diz que os bixos não podem andar ali mas essa placa também só lá está para a época balnear e como não estamos lá (ainda) não havia muito a reclamar, de qualquer das formas o cão não andava a fazer nada de mal e assim como assim não andava ninguém dentro de água, razões pela qual a senhora não tinha qualquer necessidade de reclamar mas é então que decide a alto e bom som dizer ao dono do cão que ele sim é "um porco"! pronto a confusão instalou-se! sem qualquer necessidade uma questão sem fundamento torna-se numa discussão acesa entre a senhora e o dono do cão, até que a senhora diz para o filho (uma bola que não se mexia debaixo do chapéu  sentado numa cadeira de praia) para ele chamar a polícia para expulsar o "porco mais o cão" da praia... a partir daqui foi só descambar... primeiro foi o filho que não tendo o número da GNR decide ligar para o 112 (uma verdadeira emergência merece) que surpreendentemente lhe dá a resposta de que aquele não é o número a ligar naquela situação, depois liga para o 118, depois lá lhe reencaminham a chamada... entretanto o casal dono do cão decide voltar a trás para perceber o que se passa e então começa uma nova vaga de insultos àqueles "porcos" que levam o cão à praia e a resposta cabe numa revolução há mais de 30 anos que deixa as pessoas serem livres mas que cabeças duras não deixam o país evoluir e nova enxovalhada, entretanto o casal já se sentia mais que indignado e já dizia o senhor que entretanto quem ligava à GNR era ele para fazer queixa de uma pessoa que não parava de o insultar... e o coitado do pai (que quando eu cheguei pensava que era o namorado)  que estava a fazer uma chamada pessoal é apanhado na discussão porque a senhora dizia que também ele estava a chamar a policia para expulsar o cão (coitado do homem ficou todo atrapalhado por ser incluído num saco para o qual toda a gente estava a olhar). Ás tantas finalmente a GNR atende para o filho dizer "estou aqui a tomar banho na praia e anda aqui um cão na água" (ainda gostava de saber se 1. estar sentado numa cadeira debaixo do chapéu conta como tomar banho e 2. se mentir à policia não é muito mais grave do que levar o cão à praia) e no final pediu para virem rapidamente resolver o assunto...

Posso dizer que pouco depois os donos do cão acabaram por ir embora fartos daquela confusão e que 2 horas depois quando eu me fui embora a GNR ainda não tinha dado sinais de vida... mas quando eu vinha pelo caminho cruzei-me com um jipe da GNR com as sirenes ligadas e a alta velocidade, o que me fez questionar se iriam expulsar o cão 2 horas depois de se ter ido embora e se efectivamente nós pagamos impostos para isto ou se ainda existem pessoas com algum discernimento para só chamar a polícia quando esta é efectivamente necessária...

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